ANTERO PEREIRA FILHO, nasceu em Aracati-CE em 30 de novembro de 1946. Terceiro filho do casal Antero Pereira da Silva e Maria Bezerra da Silva, Antero cresceu na Terra dos Bons Ventos, onde foi alfabetizado pela professora Dona Preta, uma querida amiga da família. Estudou no Grupo Escolar Barão de Aracati até 1957 e, a partir de 1958, no Colégio Marista de Aracati, onde concluiu o Curso Ginasial.
Em 1974, Antero casou-se com Maria do Carmo Praça Pereira e juntos tiveram três filhos: Janaina Praça Pereira, Armando Pinto Praça Neto e Juliana Praça Pereira. Graduou-se em Ciências Econômicas pela URRN-RN em 1976 e desde então tem se destacado em sua carreira profissional.
Antero atuou como presidente do Instituto do Museu Jaguaribano em duas gestões (1976-1979/1982-1985) e foi secretário na gestão do prefeito Abelardo Gurgel Costa Lima Filho (1992-1996), responsável pela Secretaria de Indústria, Comércio, Turismo e Cultura.
Além de sua carreira profissional, Antero é conhecido por seus estudos sobre a história e a memória da cidade e do povo aracatiense, amplamente divulgados em crônicas e artigos publicados na imprensa local desde 1975. Em 2005, sua crônica "O Amor do Palhaço" foi adaptada para o cinema em um curta-metragem (15") com direção de seu filho, Armando Praça Neto.
Obra
Assim me Contaram. (1ª Edição 1996 e 2ª Edição 2015)
Histórias de Assombração do Aracati. Publicação do autor. (1ª Edição 2006 e 2ª Edição 2016)
Ponte Presidente Juscelino Kubitschek. (2009)
A Maçonaria em Aracati (1920-1949). (2010)
Aracati era assim... (2024)
Fatos e Acontecimentos Marcantes da História do Aracati. (Inédito)
Notícias do Povo Aracatiense (Inédito)
Por mais de trinta anos, depois do descobrimento, o Brasil foi esquecido por Portugal. Somente com a implantação do regime de Capitanias Hereditárias, os portugueses vieram a se preocupar com a terra que haviam descoberto.
Chico de Janes foi por muito tempo o principal hoteleiro da cidade de Aracati. O Hotel Central era uma referência para quem viesse ao Aracati e precisasse de hospedagem.
ELEIÇÃO MUNICIPAL EM ARACATI EM 1844- Desde o começo da semana, que começava a chegar gente, vindo de todas as partes do município. As caravanas e os comboios chegados de Catinga do Góis[1] se confundiam com os que chegavam de Caiçara[2] num vai e vem pelas ruas empoeiradas da ex-Vila de Santa Cruz do Aracati, agora cidade de Aracati, recém-emancipada festivamente no dia 25 de outubro de 1842.
Quando alguém caía doente de cólera-morbo, a primeira providência era chamar o padre para dar a extrema unção, pois sendo uma doença mortal naquele tempo, meados do século XIX, os conhecimentos médicos eram quase inúteis ante a ferocidade do mal. Restava então somente apelar para Deus, dando um encaminhamento à sua presença, através dos santos sacramentos, àquele indivíduo que por ventura viesse a ser acometido de cólera-morbo.
Na noite em que chegou a notícia dando conta da subida ao poder da Província do Ceará, do Senador José Martiniano de Alencar[1] e do Major João Facundo de Castro Menezes[2] do partido Liberal, os seus correligionários do Aracati foram às ruas comemorar a vitória do seu partido.
A concentração dos populares começou na Gamboa[3], no início da Rua Santo Antônio [4], indo à manifestação até em frente à Casa da Câmara, onde vários oradores discursaram em homenagem aos líderes liberais especialmente ao conterrâneo Major João Facundo de Castro Menezes, que ascendia ao cargo de vice-presidente da Província.
"Em dias de fevereiro/ Grande desastre se deu/ Na lancha Vencedora/ Treze pessoas morreram/ Ainda escaparam doze/ Por um milagre de Deus" [...] Era essa modinha que cantavam pelas ruas depois do acontecido. Ficou muito popular, tinha outros versos, mas não me lembro mais.
Quando Mário Della Rovere chegou ao Aracati, jamais imaginou que depois de árduas travessias viesse ancorar em definitivo seu destino em terra aracatiense. Nascido em Alagoas, na capital Maceió, no dia 7 de julho de 1917. Cedo Mário se mudou com seus pais, o descendente de italiano Ítalo Della Rovere e sua mãe Dª Alice Della Rovere paraense, para a cidade de Recife. Em Pernambuco, a família permaneceu algum tempo transferindo-se, em seguida, para o Rio de Janeiro onde se estabeleceram por uma temporada. Depois se mudaram para a Paraíba. Mário, então, já na época de prestar serviço militar, ficou na Paraíba onde serviu ao exército enquanto seus pais retornavam ao Rio de Janeiro.
Aracati padeceu desde as mais remotas eras com as enchentes do rio Jaguaribe. Para não recuarmos muito no tempo basta lembrar as últimas grandes enchentes que foram marcantes e afetaram profundamente a vida econômica e social do município particularmente à cidade, que ocorreram nos anos de 1917, 1922, 1924, 1974 e finalmente a maior de todas no ano de 1985.
[...] “Chegou de Pernambuco no dia 24 de Fevereiro próximo passado o iate Invencível, até o presente não tem descarregado; e nem mandado a correspondência para terra por lhe ter sido determinado pela polícia quarentena, visto achar-se aquela praça abraços com o cólera. Anteontem o Senhor Juiz Municipal e Delegado Dr. Miguel Joaquim de Almeida Castro, segui para a barra em companhia dos médicos, para determinar o melhor ancoradouro e os barcos que tiverem de fazer quarentena; e dizem que foram dados ao mestre do Invencível alguns desinfetantes para usar deles e seguir hoje para o porto de descarga. Confiamos no senhor Dr. Castro que não poupará meios a seu alcance para que não seja importado o cólera de Pernambuco para aqui”.
O Grupo Lua Cheia, com sede na cidade de Aracati-CE, é um coletivo de artistas formado em 1990 com o objetivo de fomentar, divulgar e pesquisar a arte e a cultura.